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EUA retomam ajuda aos palestinos com pacote de US$ 235 milhões
Washington voltará a realizar aportes junto à agência das Nações Unidas que se cuida dos refugiados palestinos UNRWA , que deixaram de ser feitos durante o governo Trump.
- - G1 / FolhaGO
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Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (7) a retomada da ajuda aos palestinos, suspensa durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, com uma entrega de US$ 235 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão), o que decepcionou seu aliado Israel.
O governo Joe Biden informou que Washington voltará a realizar aportes junto à agência das Nações Unidas que cuida dos refugiados palestinos (UNRWA), com uma contribuição de 150 milhões de dólares.
Os americanos também oferecerão US$ 75 milhões (R$ 421 milhões) em ajudas econômica e de desenvolvimento para a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, e US$ 10 milhões (R$ 56 milhões) para os esforços de paz.
Em telefonema ao rei da Jordânia, antiga aliada dos EUA, Biden "afirmou que o governo americano apoia uma solução de dois Estados para o conflito com os palestinos", aponta um comunicado divulgado pela Casa Branca.
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"A ajuda externa dos EUA ao povo palestino atende a importantes interesses e valores americanos", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken. "Proporciona um alívio crítico aos mais necessitados, fomenta o desenvolvimento econômico e apoia o entendimento entre israelenses e palestinos, a coordenação da segurança e a estabilidade."
O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammed Shtayyeh, afirmou que a retomada da ajuda foi apenas um primeiro passo.
"Esperamos com impaciência não apenas a retomada da ajuda financeira, mas também o retorno das relações políticas com os EUA, para que nosso povo palestino possa cumprir seus direitos legítimos de criar um estado independente com Jerusalém como capital", ressaltou Shtayyeh.
O primeiro-ministro palestino também pediu a Washington que "pressionasse Israel a conter o desejo de expansão e assentamento nos territórios ocupados".
Sinal correto
O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, declarou que a organização mundial "receberia com grande satisfação" o restabelecimento da ajuda americana.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, expressou que a renovação do apoio de Washington à UNRWA "envia o sinal correto".
"Uma vez que os desafios não fizeram mais do que aumentar na época do coronavírus, o anúncio do governo americano chega no momento adequado para os afetados naquela região", afirmou Maas.
A verba se soma aos US$ 15 milhões anunciados anteriormente pelos americanos para a luta dos palestinos contra a Covid-19, em meio às críticas recebidas por Israel, líder na vacinação de seus cidadãos, que não estendeu seus esforços aos territórios ocupados.
Tel Aviv argumenta que a imunização é de responsabilidade da Autoridade Palestina e mostrou descontentamento com a medida americana.
"Expressei minha decepção e objeção à decisão de renovar o financiamento da UNRWA sem ter certeza de que certas reformas, incluindo o fim da incitação e a retirada do conteúdo antissemita de seu currículo escolar, estão sendo implementadas", afirmou o embaixador Gilad Erdan.
A UNRWA já teve os Estados Unidos como principal doador, mas enfrenta um déficit desde que Trump retirou a contribuição, em 2018, sob o argumento de que os refugiados, alguns vivendo em acampamentos por gerações, devem ser realocados.
A agência assinalou que viu suas necessidades aumentarem devido à Covid e às dificuldades enfrentadas pelos palestinos que vivem na Síria, no Líbano e na Jordânia.
O governo Biden vem restabelecendo as relações e apoiando os palestinos, mas não anunciou nenhuma iniciativa de paz para resolver o conflito histórico.
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